Entrevista ao Sr.Carlos Mendes - Presidente da AES

. sexta-feira, 21 de setembro de 2007
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CARLOS MENDES, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO EMPRESARIAL DE SOURE APRESENTA AO NOTÍCIAS DO CENTRO AS EXPECTATIVAS DESTA ENTIDADE EM RELAÇÃO ÀS FESTAS DE S. MATEUS. DESENVOLVER O CONCELHO, AUMENTAR E MODERNIZAR A ZONA INDUSTRIAL DE SOURE, APOSTANDO NUM PÓLO EMPRESARIAL MAIS DINÂMICO E FORTE, SÃO ALGUNS DOS SEUS OBJECTIVOS, EM PARCERIA COM A CÂMARA MUNICIPAL.
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A ORGANIZAÇÃO DO COMÉRCIO TRADICIONAL TAMBÉM É UMA DAS PREOCUPAÇÕES DESTE EMPRESÁRIO, ESTANDO PREVISTO O FUNCIONAMENTO DE UM PORTAL NA INTERNET COM O OBJECTIVO DE DIVULGAR E APRESENTAR PRODUTOS E EMPRESAS DA REGIÃO.
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ENTREVISTA
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Noticias do Centro (NC) - A festa de S. Mateus era habitualmente realizada pela Câmara Municipal. Porque é que este ano é a Associação Empresarial de Soure a ter esse papel?
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Carlos Mendes (CM) - Tendo agora a Câmara Municipal um parceiro activo mais ligado ao ideal da FATACIS, ou seja, a Associação Empresarial de Soure, fazia todo o sentido que fosse a associação a organizar as tradicionais festas. Até porque estas estão associadas à actividade comercial, sendo uma forma essencialmente de apresentar ao público e aos visitantes as empresas e produtos que existem no nosso concelho. Para nós é um desafio.
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NC - Os expositores presentes são maioritariamente de Soure ou da região?
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CM - Sim, até ao momento, a maior parte dos expositores que irão estar presentes na feira com stand são empresas do concelho, cerca de sessenta por cento.
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NC - Isso significa que as empresas sourenses não estão apostar muito nesta feira?
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CM - Acontece porque existiram mudanças. Habitualmente as festas eram organizadas pela Câmara Municipal de Soure, no entanto só em Maio é que ficou definido que a associação é que iria este ano realizar este evento. Existiu um conjunto de situações que inclusivamente leva os empresários a desconhecer este facto. Por outro lado, registou-se um aumento dos preços, nomeadamente no aluguer de stand, pois só desta forma é possível tornar o evento auto-financiado, de modo a não ser necessário recorrer a dinheiros públicos. Estamos numa fase de transição e espero que no próximo ano a situação seja diferente, até porque as pessoas querem ver para crer. Depois das festas é que os empresários poderão avaliar o nosso trabalho e o impacto dos festejos. Existe ainda outra alteração, porque este é o primeiro ano em que será cobrada entrada. A entrada na feira e os próprios concertos serão pagos, o que não acontece há cerca de dez ou doze anos. Esta é uma feira que atrai cerca de cinquenta mil pessoas, é preciso apostar no contacto directo com o cliente e apresentar o produto no local é importante, e é desta forma que os empresários têm de pensar.
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NC - O que é que os visitantes poderão encontrar este ano?
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CM - Tasquinhas, espaço para crianças com insufláveis, a organização também será diferente assim como a orgânica da feira. Existe diversidade de divertimentos e de actividades. Há os stands, o espaço automóvel, tractores, provas desportivas, espectáculos, e neste caso a grande novidade é uma noite house com a presença de dj´s da Dance tv, que culminará com uma after-hours a partir das cinco da manhã. Quanto aos espectáculos musicais, tentámos agradar a todo o tipo de público e cada noite tem o seu género musical. A festa da cebola, das nozes, da madeira e café à moda antiga, ou seja, o tradicional das festas de S. Mateus continua a existir. Para além destes espectáculos a Câmara Municipal preparou uma basta oferta cultural que inclui ranchos, bandas de música, exposições e demonstrações desportivas.
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NC - Como presidente da Associação Empresarial, como vê actualmente o desenvolvimento de Soure?
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CM - Na minha opinião Soure necessita de movimento e de mudanças no que toca à parte comercial e de marketing. É obrigatório definir estratégias e organizar o comércio, estabelecendo estratégias, de modo a que o cliente final saiba o que pode encontrar, sem que continue a existir a necessidade de se deslocarem para outros espaços comerciais. Temos previsto um projecto que passa por um portal na internet onde disponibilize toda a informação sobre a empresa e artigos que comercializam. O concelho de Soure tem uma vasta dimensão, mas as empresas não estão concentradas no mesmo local. Com este portal todas as pessoas têm acesso ao que existe. Por norma as pessoas não aceitam muito bem novidades, mas este projecto faz parte de um plano para desenvolver de uma forma melhor o concelho de Soure.
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NC - Em relação ao tecido empresarial, Soure não está distante de outros concelhos?
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CM - Sim é verdade. É preciso disponibilizar espaço para a realização de uma boa zona industrial, como existe noutras cidades, tendo-se registado uma evolução positiva no que diz respeito às empresas e à sua fixação. Aqui em Soure, existem grandes empresas a abrir, mas ainda não se fixaram empresas suficientes que permitam obter no concelho um bom tecido empresarial. O objectivo da associação passa pelo desenvolvimento de Soure, pela divulgação do que temos nesta área, mas captando novas empresas, só desta forma se pode registar um aumento da nossa economia local. Este factor traz emprego, e se há emprego, existe maior poder de compra.
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NC - Actualmente existe uma zona Industrial. Não está a ser aproveitada?
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CM - Estão presentes duas ou tês grandes empresas, inclusive duas multinacionais. Existe é várias empresas familiares, que são de uma dimensão menor. É obvio que é necessário apostar num tecido empresarial diferente e mais forte. Sentimos a necessidade de existir uma saída de autoestrada, para além de uma zona industrial com capacidade de desenvolvimento e oferta que agrade aos investidores. Este facto também acontece porque ao longo de vários anos nunca existiu uma Associação Empresarial activa, daí não ter existido estratégias comuns e com a visão dos industriais.
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NC – Há quem diga que Soure parou no tempo?
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CM - Não parou no tempo, mas não houve desenvolvimento ao ritmo que desejaríamos. Podia-se fazer mais e melhor. Parou um pouco no tempo, mas ainda estamos a tempo de mudar. Não vale a pena olhar para o passado, temos de olhar para o futuro. É preciso criar condições. Existiu falta de investimento de empresários, a falta de uma entidade como a AES, que em conjunto com a Câmara tivesse melhorado a oferta, e por arrasto tivesse desenvolvido o concelho. Houve diversos factores que falharam durante muitos anos, apesar de já ter existido uma associação, mas esta nunca funcionou. Ás vezes é complicado mudar mentalidades, há sempre resistência, situações que demorariam dias a resolver demoram semanas.
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NC - Como surgiu então a Associação Empresarial?
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CM - Surgiu através de um grupo de amigos e empresários de Soure que entendeu que era necessário alguém representar os comerciantes. A maior parte do emprego que existe é no comércio, era importante que houvesse uma entidade que o desenvolvesse.
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NC - Como vê o trabalho desenvolvido pela Câmara Municipal?
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CM - Penso que a autarquia fez o possível na medida das suas competências, os empresários têm de fazer o restante.
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NC - Existe apoio da Câmara Municipal para a realização das festas?
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CM - Sim, a organização das festas é uma parceria entre a Câmara Municipal e a AES, e não poderia ser diferente. A autarquia soube complementar os festejos com a animação cultural, apresentando diversas propostas neste sentido.
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NC - A vertente destas festas é essencialmente religiosa…
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CM - Estas festas existem há mais de duzentos anos, tendo estado sempre associado à vertente religiosa devido às promessas em honra de S. Mateus. Tornou-se essencial associar essa vertente religiosa ao carácter lúdico, só assim se consegue trazer visitantes a Soure.
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NC - O facto de a entrada na feira e área de espectáculo ser paga, não irá afastar os visitantes?
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CM - É um ano zero, mas se não fosse desta forma era impossível suportar tantos custos. Não podemos sobrecarregar os feirantes e expositores, e organizar o S. Mateus representa custos elevados. No entanto existe à venda livres trânsito, que reduzem em cinquenta por cento o valor total de que um visitante pagaria no fim de quatro dias. Custa dez euros e permite entrada livre em todas as áreas das festas, feira e espectáculo.
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NC - Quais as expectativas para este ano?
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CM - Tenho boas perspectivas, mas prognósticos só no fim do jogo. Queremos fazer do S. Mateus uma grande festa. Há sempre críticas, é impossível agradar a todos. Temos um investimento bastante elevado. Temos um grupo de trabalho forte, e todos nós trabalhamos em prol do desenvolvimento de Soure.

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